Autor: Carlos Rodrigues
Data de publicação: 30/04/2025
Imagine cuidar de uma cidade inteira apenas observando o que aparece na fachada dos prédios. Se houver fumaça saindo por uma janela ou um alarme soar, você até percebe que algo está errado. Mas e se o problema estiver por trás das paredes, em canos estourando, fios sobrecarregados ou estruturas comprometidas? É exatamente isso que acontece quando uma empresa tenta cuidar da sua operação de TI apenas com monitoramento tradicional, sem uma abordagem de observabilidade.
Com a evolução da tecnologia, as empresas deixaram de operar com sistemas simples e passaram a depender de estruturas muito mais complexas e interligadas. Hoje, um pedido que o cliente faz no aplicativo pode passar por dezenas de sistemas, servidores e serviços diferentes, e qualquer falha nesse caminho pode gerar impactos negativos no serviço. Nesses casos, a observabilidade é determinante para ir além do que é visível, permitindo que a equipe de TI compreenda o problema em detalhes e resolva-o de maneira eficaz.
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O que é, afinal, a tal observabilidade?
Observabilidade é a capacidade de enxergar o que está acontecendo por dentro da operação de TI, mesmo quando o problema ainda não apareceu do lado de fora. Não se trata apenas de saber que algo está errado, mas entender por que está errado, onde começou, como se espalhou e o que fazer a respeito.
Usando uma analogia simples, podemos comparar o monitoramento tradicional a um alerta no painel de um carro, que apenas avisa sobre um problema. Já a observabilidade é como ter acesso ao motor, aos sensores e ao histórico da viagem. Na operação de TI, isso permite que a equipe ganhe a capacidade de investigar causas, antecipar falhas e agir com rapidez e precisão.
Por que é tão difícil colocar a observabilidade em prática?
A teoria é linda, mas a prática é cheia de desafios. Vamos explorar os principais de maneira clara, para que qualquer gestor consiga compreender:
- Ambientes muito complexos
Hoje, as empresas usam dezenas de sistemas e tecnologias diferentes: nuvem, servidores físicos, aplicativos próprios, serviços terceirizados, entre outros. Tudo isso se conecta de forma dinâmica. Não é fácil ter uma visão clara de tudo ao mesmo tempo.
- Ferramentas de mais e visão de menos
Muitas vezes, cada equipe usa sua própria ferramenta para olhar apenas sua parte do sistema. O resultado? Ninguém enxerga o todo. Falta integração entre os dados e sobra esforço para entender o que de fato está acontecendo.
- Volume enorme de dados
Sistemas modernos geram uma quantidade absurda de informações por segundo. O desafio não está em coletar, mas em filtrar o que é relevante do que é ruído, sem perder agilidade.
- Falta de preparo
Observabilidade exige novas habilidades: saber analisar dados, fazer perguntas certas, entender como as partes se conectam. Isso exige treinamento, tempo e uma mudança na forma de pensar.
- Custo
Ferramentas comerciais como Datadog, Dynatrace ou New Relic oferecem grandes facilidades, porém com custos elevados. Já soluções gratuitas como Grafana, Prometheus ou OpenTelemetry exigem conhecimento técnico e mais esforço de configuração. O equilíbrio entre custo e valor é sempre um desafio.
Três tipos de informação que fazem a diferença
Para realmente entender o que está acontecendo dentro do ambiente de TI e aplicar a observabilidade de maneira eficaz, usamos três fontes principais:
- Métricas – são os números do sistema: uso de memória, velocidade das respostas, taxas de erro.
- Registros (logs) – são os “diários” do sistema: tudo o que aconteceu, com hora marcada.
- Rastreamento (traces) – mostram o caminho de cada requisição entre os sistemas, como um mapa interativo.
O segredo não é olhar cada um separadamente, mas juntar tudo isso e entender a história completa por trás de um problema.
Os ganhos de quem aposta na observabilidade
Não é apenas uma questão técnica. Apostar na observabilidade é uma decisão estratégica. Veja o que as empresas ganham ao investir em observabilidade:
- Resolução mais rápida de problemas: menos tempo perdido “caçando” a origem do erro.
- Melhor desempenho dos sistemas: entendendo gargalos e ajustando onde precisa.
- Redução de custos na nuvem: observando melhor o uso dos recursos, é possível evitar desperdícios.
- Menos impactos para os usuários: com falhas resolvidas antes que virem crises.
- Mais agilidade para inovar: com visibilidade, a equipe de TI pode testar e evoluir com mais segurança.
E então, por onde começar?
A boa notícia é que não é preciso mudar tudo de uma vez. Comece assim:
- Escolha uma área crítica da operação de TI e implemente ferramentas básicas de observabilidade.
- Use soluções como Grafana e Prometheus para visualizar dados essenciais.
- Adote o padrão OpenTelemetry, que ajuda a padronizar a coleta de dados.
- Faça workshops internos para treinar as equipes na nova abordagem.
- Crie um “projeto-piloto” que mostre valor rapidamente e gere apoio interno.
A observabilidade está para a operação de TI como o raio-x está para a medicina: permite ver o que está acontecendo por dentro, diagnosticar com precisão e agir com confiança.
Em um mundo cada vez mais digital, ter visibilidade total sobre sua operação de TI é essencial para a eficiência e o sucesso a longo prazo. As empresas que adotam essa abordagem saem na frente, com sistemas mais estáveis, decisões mais rápidas e uma base sólida para inovar.
Abordagem OnSet
Aqui a OnSet entra em ação. Com uma abordagem estratégica, técnica e personalizada, ajudamos sua empresa a transformar a complexidade em clareza, integrando soluções de observabilidade sob medida para cada cenário. Não basta apenas monitorar — é preciso entender, antecipar e agir com inteligência. Quer dar o próximo passo rumo a uma operação de TI mais eficiente e preparada para o futuro? Fale com a OnSet e descubra como podemos tornar isso realidade.
Revisão e Publicação: Alidiane Xavier