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O que é planejamento estratégico e como ele é implementado na prática?

O que é planejamento estratégico e como ele é implementado na prática?

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Autor: Jair Raupp
Data de publicação: 26/09/2024

 

O planejamento estratégico é uma ferramenta essencial para direcionar o futuro de uma organização. Ele envolve a definição de metas de longo prazo e o desenvolvimento de um conjunto de ações coordenadas para alcançá-las. No entanto, o planejamento estratégico por si só não basta; é preciso que ele se desdobre em ações claras e direcionadas.

O desdobramento do planejamento estratégico é um processo que envolve a tradução do propósito e dos objetivos estratégicos da alta liderança em iniciativas concretas e mensuráveis, permitindo uma execução eficaz da estratégia corporativa e garantindo a competitividade e a sustentabilidade das empresas. 

Continue a leitura e descubra mais sobre esse assunto!

O que é planejamento estratégico?

O planejamento estratégico é o processo estruturado pelo qual uma organização define seu rumo e estabelece metas de longo prazo, levando em consideração fatores internos e externos. Ele envolve a análise do ambiente de negócios, a avaliação dos pontos fortes e fracos da empresa, além das oportunidades e ameaças no mercado. 

A partir dessa análise, são traçados objetivos claros e diretrizes que servirão como guia para decisões futuras, assegurando que a empresa siga uma trajetória que maximize seu potencial de crescimento e inovação. Mais do que apenas uma previsão de futuro, o planejamento estratégico oferece uma visão integrada e coordenada, essencial para manter a competitividade e garantir a sustentabilidade organizacional.

Componentes fundamentais do planejamento estratégico

Agora que você já sabe o que é planejamento estratégico, é fundamental entender os componentes que o sustentam. Esses elementos são essenciais para garantir que a estratégia não apenas exista no papel, mas seja também executada de forma eficaz. 

A partir da análise do ambiente até a definição de objetivos claros, cada componente é essencial na construção de um planejamento que orienta a organização em direção ao seu futuro desejado. Vamos explorar cada um desses componentes e sua importância no contexto do planejamento estratégico.

Análise do ambiente: avaliação de dados sobre o mercado, concorrência e tendências, utilizando ferramentas como análise SWOT.

Visão e missão: a visão define o futuro desejado da organização, enquanto a missão estabelece seu propósito e diferenciais no mercado.

Objetivos estratégicos: metas específicas e mensuráveis que guiam as iniciativas da organização e estão alinhadas com sua visão e missão.

Estratégias e táticas: estratégias são abordagens gerais para alcançar os objetivos, enquanto táticas são as ações específicas para implementar essas estratégias.

Indicadores de desempenho: KPIs que monitoram o progresso em relação aos objetivos, permitindo ajustes conforme necessário.

Recursos e alocação: Identificação e alocação adequada de recursos humanos, financeiros e tecnológicos essenciais para a implementação do planejamento.

Alinhamento da alta liderança: o alicerce da estratégia

Para garantir que a alta liderança esteja totalmente alinhada e comprometida com a estratégia definida, é crucial promover debates e discussões frequentes. Estas interações não apenas esclarecem o que é planejamento estratégico, mas também ajudam a assegurar que todos os membros da alta direção compartilhem uma visão comum. 

A utilização de OKRs (Objectives and Key Results) como mecanismo de execução é uma prática recomendada, pois permite que a estratégia geral seja desdobrada em objetivos específicos e mensuráveis. A alta direção deve estar comprometida não apenas com a formulação da estratégia, mas também com seu monitoramento contínuo, ajustando os objetivos conforme necessário para responder às mudanças no ambiente de negócios.

Desdobramento em objetivos e iniciativas: trazendo a estratégia à vida

Traduzir a estratégia em objetivos claros e mensuráveis é um passo fundamental no desdobramento do planejamento estratégico. Os objetivos estratégicos devem ser definidos com prazos específicos e acompanhados de iniciativas que detalhem as ações necessárias para alcançá-los. 

A utilização de OKRs é uma ferramenta eficaz para garantir o alinhamento entre os objetivos e as prioridades da empresa. Cada objetivo estratégico deve ser associado a resultados-chave (KRs) específicos, e as iniciativas estratégicas devem ser desenvolvidas para atingir esses resultados. Esta abordagem garante que todos os níveis da organização estejam focados nos mesmos resultados e trabalhem de maneira coordenada para alcançá-los.

Priorização das iniciativas: escolhendo o caminho certo

A priorização das iniciativas é um processo crítico para garantir que os recursos da empresa sejam utilizados de maneira eficiente e eficaz. Diversas técnicas podem ser utilizadas para classificar as iniciativas de acordo com seu potencial de impacto e o esforço necessário.

Matriz de impacto x esforço

É uma técnica simples e eficaz para priorizar iniciativas com base no impacto potencial e no esforço necessário para sua implementação.

  • Impacto: avalia o potencial de benefício ou transformação que uma iniciativa pode trazer para a empresa.
  • Esforço: considera os recursos necessários, como tempo, dinheiro e esforço humano, para implementar a iniciativa.

A matriz é dividida em quatro quadrantes:

  1. Alto Impacto/Alto Esforço: iniciativas estratégicas que requerem muitos recursos, mas que têm um grande potencial de retorno.
  2. Alto Impacto/Baixo Esforço: iniciativas de alta prioridade que oferecem grandes benefícios com baixo investimento de recursos.
  3. Baixo Impacto/Alto Esforço: iniciativas que podem ser consideradas menos prioritárias devido ao alto custo e baixo retorno.
  4. Baixo Impacto/Baixo Esforço: iniciativas que, embora simples de implementar, não trazem grandes benefícios estratégicos.

Análise custo-benefício

A análise custo-benefício é uma técnica que avalia o valor total de uma iniciativa, comparando os custos esperados com os benefícios esperados. Esta análise ajuda a determinar a viabilidade econômica das iniciativas e a identificar aquelas que oferecem a melhor relação custo-benefício.

  • Custos: incluem despesas diretas e indiretas, como custos de implementação, custos operacionais, investimento em tecnologia etc.
  • Benefícios: incluem ganhos financeiros diretos, melhorias em eficiência operacional, aumento na satisfação do cliente, ganhos de mercado, entre outros.

A análise resulta em um índice ou valor que representa a relação entre benefícios e custos. Iniciativas com um índice de custo-benefício mais alto são priorizadas, pois oferecem maior retorno sobre o investimento.

  • Análise de viabilidade: a análise de viabilidade é uma avaliação abrangente das iniciativas com base em quatro critérios principais:
  • Viabilidade técnica: avalia se a empresa possui a tecnologia e os conhecimentos necessários para implementar a iniciativa.
  • Viabilidade financeira: considera a disponibilidade de recursos financeiros para suportar a implementação da iniciativa.
  • Viabilidade operacional: avalia a capacidade da empresa de integrar a iniciativa em suas operações diárias.
  • Viabilidade de recursos: examina a disponibilidade de recursos humanos e materiais necessários para a execução da iniciativa.

Essa análise ajuda a identificar quais iniciativas são realisticamente executáveis e devem ser priorizadas com base na sua viabilidade geral.

Análise de interdependências

A análise de interdependências identifica e avalia as relações de dependência e complementaridade entre diferentes iniciativas estratégicas. Esta técnica é crucial para garantir uma execução coordenada e integrada das iniciativas:

  • Relações de dependência: Avaliam como a implementação de uma iniciativa pode depender da conclusão de outra. Por exemplo, uma nova tecnologia pode precisar ser implementada antes que um novo produto seja lançado.
  • Sinergias: Identificam oportunidades onde diferentes iniciativas podem se complementar e fortalecer mutuamente, aumentando o impacto geral.

Priorizar iniciativas com base em suas interdependências garante que os projetos sejam implementados de forma ordenada e eficiente, evitando atrasos e aproveitando sinergias.

  • Matriz GE McKinsey: é uma ferramenta de análise de portfólio desenvolvida pela consultoria McKinsey & Company para a General Electric. Essa matriz ajuda as empresas a avaliar e priorizar suas iniciativas estratégicas com base em dois critérios principais: Atratividade do Mercado e Força Competitiva da Empresa.
  • Atratividade do mercado: avalia o potencial de crescimento e lucratividade de um mercado específico, considerando fatores como tamanho do mercado, taxa de crescimento, rentabilidade, nível de competição, entre outros.
  • Força competitiva da empresa: analisa a posição da empresa no mercado, considerando aspectos como participação de mercado, capacidades tecnológicas, eficiência operacional, marca e reputação, entre outros.

A matriz é dividida em nove células, categorizando as iniciativas em três zonas de prioridade:

  1. Alta prioridade: iniciativas em mercados altamente atraentes e onde a empresa tem forte competitividade.
  2. Prioridade média: iniciativas em mercados moderadamente atraentes ou onde a empresa tem competitividade moderada.
  3. Baixa prioridade: iniciativas em mercados pouco atraentes ou onde a empresa tem baixa competitividade.

Atribuição de responsabilidades: empoderando o time

Designar responsáveis pela execução de cada iniciativa estratégica prioritária é essencial para garantir o engajamento e a responsabilidade dos líderes e equipes envolvidas. 

Compreender o que é planejamento estratégico é igualmente fundamental nesse processo, pois permite que as responsabilidades sejam atribuídas de forma clara e alinhada aos objetivos da organização.

Esta abordagem garante que as iniciativas prioritárias estejam alinhadas com os resultados-chave (KRs) dos OKRs e que as equipes estejam focadas em alcançar os objetivos estratégicos.

Alocação de recursos: abastecendo a estratégia

A alocação adequada de recursos é fundamental para a implementação das iniciativas prioritárias. Os recursos financeiros, humanos e tecnológicos devem ser alocados com base na relevância estratégica e no potencial de impacto de cada iniciativa, conforme definido na técnica de priorização escolhida pela empresa. 

Garantir a disponibilidade de recursos ao longo do horizonte de planejamento é crucial para o sucesso das iniciativas que contribuem diretamente para o alcance dos resultados-chave (KRs) definidos nos OKRs.

Monitoramento e revisão contínua: adaptando-se à jornada

O monitoramento e a revisão contínua do planejamento estratégico são essenciais para garantir que a empresa esteja no caminho certo para alcançar seus objetivos e que o propósito e objetivos tenha se propagado pela empresa. 

A compreensão clara do que é planejamento estratégico também contribui para revisões periódicas, pois permitem ajustar a estratégia conforme necessário, respondendo às mudanças no ambiente de negócios e promovendo a comunicação transparente dos resultados e do progresso junto à organização.

O acompanhamento do progresso deve ser feito com base no monitoramento dos OKRs. Revisões periódicas dos OKRs podem levar a ajustes de rumo nas iniciativas prioritárias.

Envolvimento do Conselho Consultivo

Contar com a contribuição de um Conselho Consultivo formado por especialistas externos é uma prática valiosa para o sucesso das empresas. O conselho consultivo pode ajudar a antecipar e mitigar crises, fornecer insights valiosos e fortalecer o alinhamento entre a estratégia e a execução. 

As empresas se beneficiam significativamente de conselhos consultivos eficazes, que contribuem para a definição e revisão dos OKRs e fortalecem a capacidade de adaptação e resiliência das organizações.

Utilização da Inteligência Artificial e da Inovação

A aplicação da Inteligência Artificial (IA) e da inovação no contexto do planejamento estratégico pode proporcionar vantagens competitivas significativas. Ferramentas e técnicas baseadas em IA, como análise preditiva e automação de processos, podem melhorar a precisão e a eficiência do desdobramento estratégico. 

A IA pode ser utilizada para analisar grandes volumes de dados e identificar padrões e tendências que informam a tomada de decisões estratégicas por identificarem padrões no mercado, além de otimizar a alocação de recursos e priorização de iniciativas.

O papel do PMO no desdobramento do planejamento estratégico

O PMO é um escritório de gestão de projetos, que desempenha um papel crucial no desdobramento do planejamento estratégico, atuando como um facilitador que garante que as iniciativas sejam alinhadas com os objetivos da alta liderança. 

Por meio da padronização de processos, o PMO promove a transparência e a comunicação entre as equipes, assegurando que todos os departamentos compreendam e compartilhem as metas estratégicas. A colaboração e a comunicação eficiente entre as equipes são cruciais para o sucesso deste processo, permitindo uma gestão integrada de projetos complexos e o alinhamento de prioridades estratégicas.

Além disso, ao monitorar o progresso das iniciativas e fornecer relatórios regulares, o PMO permite ajustes rápidos e fundamentados, garantindo que os recursos sejam alocados de maneira eficiente. 

Com essa abordagem integrada, o PMO não apenas reforça a colaboração entre áreas, mas também impulsiona a execução bem-sucedida da estratégia corporativa, essencial para a competitividade e sustentabilidade da empresa.

Solução OnSet:

Contamos com a expertise necessária para ajudá-lo no planejamento estratégico e na implementação eficaz dentro da sua empresa. Com mais de 14 anos de experiência, estamos prontos para guiá-lo na escolha e aplicação do modelo de PMO mais adequado para a sua necessidade e promover o sucesso estratégico da sua organização! 

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Referências

  • McKinsey Global Institute. “The Future of Work in Europe”, 2020.
  • Harvard Business Review. “Strategic Planning in Times of Uncertainty”, 2021.
  • COLLIS, D. J.; MONTGOMERY, C. A. Corporate Strategy: A Resource-Based Approach. 2. ed. Boston: McGraw-Hill/Irwin, 2005.
  • PORTER, M. E. “Competitive Advantage: Creating and Sustaining Superior Performance”, 1985.

 

Revisão e Publicação: Alidiane Xavier